Taaaania @ 18:02

Qui, 05/07/07

Não vou  contar o trava-línguas d' "o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem...", embora pudesse fazer essa homenagem aos meus meninos que adoram esse tipo de exercícios!

Também não vou falar sobre o tempo meteorológico, senão já começava a parecer obsessão da minha parte, e eu até sou uma 'jove' normal.

Vou mesmo falar sobre o tempo cronológico, e a influência bastante forte que ele pode ter nas nossas vidas, nomeadamente numa relação amorosa.

No início de um namoro tudo é perfeito, parece que todo o tempo do mundo é pouco para estarmos com a pessoa desejada. Longe dela, contamos os segundos e parece que a sua imagem não abandona o nosso pensamento pelo menos durante vinte e três horas e meia por dia. Quando estamos com essa pessoa mágica, pelo contrário, o tempo voa apressadamente, como se os minutos se transformassem em milésimos de segundo e nós até preferíssemos nem respirar, para poupar segundos que nos pudessem permitir "respirar" mais a outra pessoa!

Esta fase de enamoramento maravilhosa parece que não tem mais fim, de tão intensamente vivida. Mas a verdade é que acaba. Acaba quando percebemos, por exemplo, que o outro não se lembrou do aniversário do sétimo mês e meio em que nos beijámos pela primeira vez, ou então quando a pessoa amada se esqueceu que precisamente hoje fazia dez meses que tinham ido jantar fora pela primeira vez sozinhos.

Parece ridícula a obsessão das datas, mas é o sinal mais evidente de que algo mudou: mesmo que não tenha sido necessariamente para pior, a verdade é que está tudo diferente, após o primeiro esquecimento, até porque os próximos esquecimentos já são desvalorizados. "Oh, também não te lembraste do último aniversário da minha irmã..."

Às tantas, até pode ser um bom motivo de discussão para o casal: "Então, já não dizes nada porque já não pensas em mim, não é?" ou então a famosa "Já não me amas da mesma forma!"

POIS É! Eu sei que é muito duro mas a verdade é mesmo essa: as pessoas, após um determinado tempo (que pode ser mais curto ou longo conforme a paixão dos amantes!) já não amam da mesma forma. Já não pensámos vinte e três horas e meia por dia no outro, se calhar sobra a outra meia horita! Os aniversários de tudo e mais alguma coisa são desvalorizados porque, a determinada altura, são realmente sempre iguais e, de facto, "o que é que importa festejar o aniversário dos trinta e nove meses desde o primeiro olhar?"

Por outro lado, não deveriam ser esses pequenos momenos que deveriam aproximar mais o casal?

Mas não, claro que não, porque a vida corre demasiado rápida, e nós temos de correr constantemente para a "apanhar". Ela nunca espera por nós e, se ficarmos para trás, ela não volta a passar daqui a meia hora. E depois, se o outro nos amar, há-de estar sempre lá para nos perceber e apoiar, não é o que todos pensam? Não é a desculpa ideal para perdoar todos os esquecimentos, todas as más vontades, todos os erros e todas as mágoas que o tempo nos vai cravando na pele?

Pobre do tempo, abençoado tempo, que nos foge e recupera não ao seu ritmo, mas disfarçado no ritmo pessoal de cada um de nós...



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