Ontem foi-me de todo impossível vir cá registar a minha crítica ao concerto dos Oioai na sexta passada. Parece que o sábado se está a tornar naquele dia em que as hipóteses de escrever se estão a tornar mais escassas. Mas adiante...

Como abertura do concerto, actuou uma banda gaiense de seu nome "Chemical Wire". Eram putos jovens, e por isso cheios de sonhos. A primeira ressalva vai já para o facto de o público que estava presente não ser muito caloroso e muito menos aberto a novas experiências. Por isso, os rapazes tiveram algumas dificuldades em "agarrar" a noite. Mas a verdade é que se saíram bem. A qualidade do som era muito acima da média, não se registando problemas técnicos. Na minha humilde opinião, são um pouco prejudicados pela voz do vocalista. Não é que ele cante mal, é afinadinho e tudo, mas não gosto do timbre. A postura, pelo contrário, é engraçada, até diz umas graçolas giras. Mas claro que o mais importante saiu bem - são grandes músicos. Prometeram o primeiro álbum para o fim do ano - vamos esperar pela concretização e ver se a qualidade e a sorte os acompanham...

Depois lá vieram os Oioai. Começaram logo muito mal, com um problema técnico que os acompanhou ao longo dos primeiros dez minutos e que começou logo por dar uma imagem menos positiva do que eu estava à espera. Foram simpáticos porque por várias vezes pediram aplausos para os ditos "Chemical Wire", numa atitude de companheirismo digna de registo.

Cantaram algumas da músicas mais desconhecidas, reservando os êxitos mais conhecidos para o final do concerto. Foram muito agradáveis de se ouvir. São bons músicos e devo dizer que o vocalista canta tão bem ou melhor ao vivo do que em estúdio, o que é uma raridade. Todos sabemos que, muitas vezes, as bandas ao vivo deixam muito a desejar, sobretudo vocalmente. Não é o caso.

No entanto, por outro lado, são muito pouco expressivos e expansivos, dando poucas largas ao discurso e à empatia com o público (que, volto a repetir, era pouco caloroso mas merecia um pouquinho mais de simpatia...). A sensação que fica é que apenas vieram cumprir o seu trabalhito, forma pagos, tocaram meia dúzia de músicas e foram-se embora. O público ainda permaneceu alguns minutos à espera de um possível encore que cedo se percebeu que não iria existir.

Não dou por perdido o meu tempo, até porque ia sobretudo à espera de ouvir certas músicas com qualidade, o que aconteceu. Mas confesso que tinha expectativas mais profundas do que essas, que não se concretizaram.

Agora tenho mesmo de ir ver outro concerto deles, para perceber se este foi a regra ou a excepção...