Numa altura em que se está de férias e o tempo não ajuda, tudo nos vem à ideia. Até esta que me deu hoje para reflectir: música. Eu adoro música. É sem dúvida a minha grande paixão: acordo com ela, respiro-a ao longo do dia e à noite deito-me com ela de novo; por vezes, chego mesmo a sonhar com ela - é a minha grande companheira.
Apesar de ter um gosto muito eclético, confesso que há coisas que não posso mesmo ouvir. Por exemplo refrões como:
"No dia
na noite
diz certo
diz tudo
ou tens
ou não
(...)
Oh, não significas nada para mim
Não, não significas nada para mim
Mas tens o que é preciso para me libertar
Oh, poderias significar tudo para mim"
(...)
OU ENTÃO:
"Tens de me esquecer
tens de me esquecer
eu poderia arranjar outro como tu num minuto
na verdade, ele estará aqui num minuto, baby"
OU AINDA...
"Agora que está a chover mais do que nunca
sei que ainda temos um ao outro
podes ficar debaixo do meu guarda-chuva
podes ficar debaixo do meu guarda-chuva..."
A maioria das pessoas nem percebe mas andam a cantarolar isto durante todo o dia. Eu acredito sinceramente que se essa maioria percebesse um terço daquilo que está a ouvir, nunca o faria: nem o Tony Carreira ou o Toy têm coisas tão desprovidas de sentido e de tão baixa riqueza morfológica e sintáctica. Os portugueses, pelo menos, ainda brincam com os trocadilhos e ainda fazem jogos de associação de sons ou palavras.
E estes só são os refrões da miss Nelly Furtado (Say it right); Beyoncé (Irreplaceable) e a senhora dona Rhianna (Umbrella).
Por isso pensem antes de adorarem músicas tão ocas. Há músicas maravilhosas, com letras arrepiantes e com melodias a condizer! E mesmo em português isso acontece - se gostam de música, apreciem tudo o que envolve a criação artística - não se limitem a gostar de coisas só porque toda a gente fala disso...
E depois contem como foi. Posso desde já dizer que eu não consegui... estava demasiado concentrada para perceber o óbvio...
Mas... GOOD LUCK
´
É do caraças, não é?