Há bandas assim. Que nos ficam na cabeça durante muito tempo, mesmo que estejamos meses sem as ouvir. Os Radiohead, tal como o nome indica, são uma dessas bandas que têm o poder de nos ficar na cabeça. Quanto a mim, muito injustamente, são conhecidos apenas por uma música Creep, que nem sequer é o que eles já fizeram de mais brilhante.
O melhor álbum é sem dúvida Ok Computer, que eu nomearia para um dos álbuns do século passado. Todas as músicas poderiam dar excelentes singles. Fica aqui uma das que mais gosto. No surprises...
Ao ver este videoclip, lembro-me daqueles dias aflitivos, em que nos sentimos literalmente com a água pelo pescoço. A primeira vez que ouvi esta música (mais dia menos dia, porque já foi há muito tempo!) andaria para aí no 11º ou 12º ano (meu Deus, 'tou mesmo a ficar velha...), naquelas fases da juventude em que parece que tudo são problemas.
Hoje, quando olho para trás, vejo como o nosso pensamento e maneira de ser se vão alterando com o tempo. Era uma esquisita. Desde aquilo que comia até à roupa, aos amigos, às pessoas em geral...
Continuo a ser esquisita. Em relação à comida, à roupa e às pessoas em geral.
Mas não sou tão dramática. Tenho outra capacidade de enfrentar a vida. Não levo tudo tão a sério como naquele tempo. Não choro baba e ranho se alguém me magoa. Penso que se isso acontece, o outro não me merece e encaro a vida com o meu melhor sorriso. Também não fico radiante com uma boa-nova. Porque a vida também se encarregou de me explicar que, quando menos esperamos, levamos com um enorme desgosto.
Não sei se é da idade. Aliás, não pode ser da idade. Afinal, ainda sou uma miúda. Mas antes, quando me diziam "tu vais ser assim" ou "ainda vais pensar de outra forma" eu ria-me como uma perdida... Hoje sei que o melhor que podemos levar da vida é estar sempre a mudar. Era daquelas defensoras que pediam aos amigos: "olha, nunca mudes porque és fantástico(a)!"
Hoje, felizmente, ouvem-me dizer "nunca te esqueças de mudar; ficar parado no tempo e na vida é o pior que podemos desejar!"
Ainda bem que estou tão diferente...