Não há nada como ir ao cinema ver filmes que parece que muita gente ignora. Que maravilha ter uma sala vazia por nossa conta, sem putos irritantes ao berros e a atirar pipocas e a dar risadas de estupidez. Por falar nisso, ninguém quer avançar comigo numa petição para expulsar a canalhada dos cinemas? Reparem no post anterior, 25 de Abril sempre :)
Pois que fui ver o This is England, um grande filme inglês, dedicado sobretudo a nós que nascemos nessa década. As influências do punk, as roupas, as músicas, as botas da moda, as maquilhagens extravagantes, os skinheads, os novos ideais, tudo muito bem esgalhado, num filme despretencioso mas de grande alcance social e psicológico. Com uma banda sonora maravilhosa e interpretações fantásticas, sobretudo do puto que faz de Shaun e que agora não me apetece investigar o nome do piqueno. Mas que fez o seu primeiro filme e que, vi eu num documentário anterior ao filme, com o seu ar de rufia disse no casting que se estava a cagar para a fama ou o reconhecimento, que queria fazer o filme porque queria era ganhar umas coroas, mas que depois, na sua primeira exibição, chorava de orgulho pelo papelão que fez.
Aconselhável a todos, sobretudo aos filhos dos fantásticos anos 80. Let's look at the trailer.
E agora estou a pensar ir ver este.
Por razões óbvias, para queles que me acompanhasm há mais tempo :)
Agora só falta a vacina anti-putos e convencê-lo a ele de que o Wolverine é o filme do ano, e que isto não tem nada a ver com o Huguinho, que aqui até está feio com esta cara de lobo mau. Ai, ai...
Se havia pessoa que vivia e transpirava o 25 de Abril, esse alguém era o meu pai. Só não esteve preso mas foi sindicalista convicto e nunca virava as costas a uma boa greve ou manifestação. Não tinha medo de enfrentar patrões irados nem de dizer a quem quer que fosse que este país foi melhor depois desta data. Confessava que este foi um dia de alegria muito grande para ele, ouvia a rádio da Rússia às escondidas mesmo que ninguém percebesse do que ele falava da altura. Diz que um dos dias mais marcantes da sua vida foi o 1º de Maio do mesmo ano, onde até aqui, no fim do mundo, se chegou a cortar a estrada nacional com pessoas, e ele sempre na linha da frente.
Deveria ser a única pessoa que ainda liga alguma coisa a estas comemorações do 25 de Abril. Ninguém o arredava da frente da televisão para ouvir todos os discursos e para depois nos contar, a nós os filhos da revolução que, como ele dizia, nunca saberemos o que é o mundo porque nunca tivemos fome e sempre pudemos dizer aquilo que bem nos apetece, dar beijos na boca no meio da rua e beber coca-cola.
Por tudo isto, este é um dia especial para mim.
25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais. E cravos vermelhos, senhores, cravos vermelhos na lapela...
Eu voltei a ter acne. Ou melhor, eu nunca tive acne na vida, não passei a difícil fase da adolescência com acne, sempre tive uma maravilhosa pele e agora tenho acne. E agora sou uma gaja triste. E frustada. E revoltada. Porque esta merda não me passa. E apesar de serem meia dúzia de coisas nojentas no queixo, só alivia um pouquinho quando ele me olha fixamente, durante longos segundos que parecem intermináveis e me diz sempre com aquele olhar, um parvo és tão linda.
Mas eu tenho acne.
Ontem, ao olhar para as montras, percebi que já há por aí muito biquini bonito para animar as gajas. E foi assim que me lembrei que a porcaria das férias ainda está tão longe, mas tão longe que Deus me livre. Valha-nos as memórias de outras paragens...
Ainda não morri. Não estou mais magra. Ainda continuo com o mesmo gajo. Mantenho-me mal disposta e resmungona e a responder torto quando não tenho paciência para os outros. Ainda não fui cortar o cabelo e dar-lhe um corte especial como queria. Não fui de férias como parece que aconteceu a metade do mundo. Cada vez trabalho mais. Não me saiu o Euromilhões e portanto não estou a beber piñacoladas numa ilha paradisíaca. Ainda tenho o mesmo carro. E a levar a vidinha do costume.
Só que por uns tempos valentes não me lembrei que tinha um blog. Também sei que não houve assim tanta gente a dar pela minha falta mas vá... tenho que ganhar vergonha e não deixar morrer isto. That's a promise.
É bom que se diga que o Pinto da Costa é um senhor muito poderoso. Que o FCP, esse clubezito regional, só ganha porque compra árbitros. Que, por isso, a grande exibição que vi esta noite foi manietada pelo Papa, que comprou o árbitro e ainda deve ter comprado o CR7 que não pegou de jeito na bola. Por outro lado, vi um puto escurinho de 21 anos que chegou ao Porto há três meses e só lhe faltou comer relva, e vi um substituto do novo peseteiro que foi para mim o melhor em campo. Mas, obviamente, aqueles saltos do Alex Ferguson de cada vez que o MU fez um golo não valeram de nada. Porque o adversário deles é o Barcelona. A ver vamos. Ou melhor, a ber bamos. Este orgulho de ser tripeira é do melhor que levarei desta vida.