Se eu tivesse muito dinheiro, gostava de abrir uma livraria / papelaria, com um barzinho lá dentro onde o people pudesse ler à medida que ia bebendo a sua meia de leite ou comendo a sua torrada em pão rústico.
Ou então queria ter um quiosque.
E toda a gente me goza. Que sonho tão mediocre para quem teria milhões de euros. E quÊ? Era mesmo o que eu queria.
3 anos depois, muita coisa mudou, a vida deu muitas voltas mas o vazio ainda não desapareceu. Sempre, sempre comigo.
Por mais golos que o raio do Guarín marque, a mim continua a não me convencer. É que eu nem o posso ver à frente. É o meu ódio de estimação, definitivamente.
Andou uma semana a chorar porque não havia bilhetes para ir ver o hóquei no Dragão Caixa; passou o tempo de volta do facebook para ver se conseguia o raio de um bilhete para ir ver o jogo sem sucesso; passou o tempo todo a chorar; deixou de ver o Gulpilhares porque tu não percebes, este é o jogo mais importante de sempre; levou-me a lanchar a correr e veio a correr para não perder a entrada do benfica que queria cantar e mais não sei quê; agora está aqui aos palavrões e aos gritos frente ao raio da televisão a falar sozinho. Enfim, depois eu é que não percebo.
Devo dizer-vos que ter um blog é do catano. O swatch lá de baixo já cá canta, da mãe. Ele ainda não se chegou à frente com o(s) presente(s) maravilhoso(s) que tem obrigação de ter comprado para mim. Ah. Ah.
Hoje é dia de mariscada, e sorrisos e beijinhos. As crianças já me cantaram os parabéns logo na primeira aula da manhã, um atreveu-se a dar-me trinta e cinco anos (WTF que eu sou uma teen fantástica, caraças!) mas ainda custa ser trintona. Por isso menti. Porque é isso que a mulherada faz. E disse que fazia vinte e nove. Pois claro. E depois eles disseram é tão novinha e eu fiquei muito feliz e isso é que interesa mesmo que vocês achem agora que eu não deveria mentir às crianças era o que havia de faltar eu agora confessar que já entrei na casa dos trinta.
Durante todo o dia vou ouvir muita coisa mas, claro, convém sempre ver os telejornais e relembrar que foi também neste dia que a ponte caiu e que o Rui Pedro desapareceu. Três tragédias com consequências profundas para o país, portanto.