É mais ou menos nesta altura que costumo repensar a minha vida. Isto de se viver com a cabeça atolada de sonhos e projectos ainda não concretizados normalmente dá nisto. O regresso das férias leva sempre a pensar no que virá depois. Mas nem sempre o depois corresponde às expectativas.
É como aqueles momentos em que damos por nós a pensar nas decisões que fomos tomando, e aquelas que temos vindo a adiar ao longo dos tempos. Em determinados momentos da nossa vida, somos obrigados a fazer escolhas. Às vezes parecem ser tão simples que nem reflectimos nelas. Escolhemos e pronto. Ainda bem sem a noção de que aquela decisão pode ser a decisão da nossa vida. E parece incrível mas as mais simples são as mais determinantes.
Eu sou uma adiadora de decisões nata. Sempre sob a capa do eu-sou-uma-pessoa-cheia-de-certezas-e-decidida-até-dizer-chega-que-as-indecisões-não-servem-para-mim, tenho andado constantemente a adiar a minha vida e os meus sonhos. E digo aos outros: tu vais ver, este ano é que é! Não acreditas?
E depois vêm as desculpas que dou a mim mesma: agora não podia ser porque isto, ou porque aquilo, hoje não esteve sol, era de todo impossível, amanhã vou estar deprimida, não dá na mesma.
Mas o tempo vai passando. E a minha vida continua parada. À espera daquelas duas ou três decisões que eu lhe tenho prometido há tanto tempo. À espera do dia de sol perfeito, ou então daquela chuva inesperada, ou daquele clic, ou daquele incentivo da vida. Será?!...
ui decisões, quem as toma? até as mais pequenas vejo-me aflito para decidir...