Taaaania @ 16:41

Sab, 15/11/08

 

...e nem sei que vos diga. Tinha lido muito acerca do filme, tudo críticas más, diga-se de passagem, o que não me retirou minimamente a curiosidade de o ir ver. Quero lá eu saber! Devo ser a maior fã de Saramago. E a menos que o filme transformasse o livro numa banalidade ou algo semelhante, seria impossível não gostar.

E foi impossível não gostar. Às vezes apetecia desviar o olhar, repetir cá dentro um "nós não somos assim", "eu nunca seria assim", para me convencer que aquela realidade é totalmente inventada pelo génio do escritor.

Mas é ainda mais assustador quando, nua e cruamente, penso que se de facto acontecesse uma tragédia do género, não me espantaria que o degredo fosse aquele, que viessem sobretudo à tona as más qualidades do homem, a ganância, a cobiça, a sede de vencer, o egoísmo, a falta de princípios básicos de moralidade and so on and so on...

 

Eu adorei. A fotografia, algumas passagens em câmara lenta, os disapears de certas personagens, o branqueamento do ecrã de cada vez que alguém cegava (trata-se de uma cegueira branca, e não preta como quase todos nós imaginamos que seja a cegueira), as representações arrepiantes, sobretudo da mulher do oftalmologitsa, a senhora Julian Moore que é a única a não cegar mas que, tal como dizia o trailer, era muito pior, naquelas circunstâncias, ver do que não ver. 

 

Aterrorizador. Mas nada monocórdico ou repetitivo como muitos o apontam. Nunca me pareceu longo ou chato demais. É violento, sim, talvez em demasia, também. Mas é muito fiel ao livro. Embora a leitura nos deixe ainda mais sem respiração.  A NÃO PERDER MESMO!

E assim completo o pleno: já li o livro, vi a peça de teatro no S. João e agora o filme do Sr. Meirelles que, a propósito, nunca vi em momento algum do filme, desrespeitar os cegos. Este pessoal saberá o que é uma metáfora?

 

 




Taaaania @ 19:36

Sex, 02/05/08

A minha vida é uma desgraça (leia-se agora a parte em que já não me tou a fazer de coitadinha mas tou naquela fase de dizer que desgraça para gozar comigo própria porque, resumindo e concluindo, sou uma desgraça!!!!)

Quando quero que os meus pupilos aprendam uma coisa muito, mas muito importante, colo-lhes post-its na mãos. Se por acaso não tiver post-its, escrevo directamente nas mãos e nos braços, a cores e bem carregado para não sair na primeira lavagem.

Pois bem, hoje deveria ter colado um post it bem gigante na minha mão esquerda. Esqueci-me que os espelhos do  carro são para serem AMBOS usados. A árvore apareceu de repente. E o espelho apareceu no chão.

Pois que foi triste. Bem triste.

 

 

 

 

Fui ao site dos Coldplay fazer o download do novo single. Sim, porque era de graça e gaja que é gaja aproveita sempre tudo o que é de graça. Mesmo que não valha nada.

Pois que lá fiz a minha pré-inscrição para a tal pechincha, que não significava que fosse alguma coisa de extraordinário mas, como já disse, os meus ouvidos tilintam quando ouço a palavra grátis. Ou então um euro. Também aprecio bastante.

Recebi a mensagem, traduzindo para português não vá alguém não me perceber e eu não quero que vos falte nada, FOI UM SUCESSO, NESTE MOMENTO DEVES TER RECEBIDO UM EMAIL COM AS INDICAÇÕES PARA FAZERES O DOWNLOAD SEM PROBLEMAS.

Ora, isto era tudo muito bonito se eu tivesse recebido o dito email. Isto passou-se de manhã. E eu danada sem a música. Depois tive de ir aturar as pestes. Mas pensei, ah e tal pode ser que quando eu voltar já esteja resolvido.

 

Pronto, de avisar que o email chegou à uma da manhã (já ia eu para aí no meu quinquagésimo sétimo sono, se bem que esta noite até tive insónias!) e só tinha validade de seis horas.

Fiquei podre. Por isso, vou boicotar colplay. Não ouço a porcaria do single nem que me paguem. Aliás, se me pagarem bem, eu sou capaz de ceder, pronto...

E agora vocês até podem dizer mas podias fazer uma nova inscrição... Podia mas não o vou fazer. Ah pois é, comigo não se brinca...

 

 

 

 

Abaixo os tipos da banda com nome esquisito que têm a mania que podem enganar as pessoas a dizer que elas vão receber um email e depois estas mesmas pessoas não o receberem ou receberem sem prazo de validade razoável... Mai nada!

 

 

 

 

 

 

P.S. HOMENS, que pairais por estas bandas. livrai-vos das bocas foleiras, ah é mulher, coitada, não pesca nada disto... Foi a primeira vez em já vários anos de carta... Ai ai, todos temos deslizes, tomai atenção ao que ides dizer...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*leia-se título da crónica que elaborei com o meu fofinho élève R., e que não é para me gabar mas ficou gira que se farta...

 

 

 

 

 

 

 

 




Taaaania @ 23:08

Seg, 21/01/08

Eu sou perita a fazer fitas... Se há coisa em que eu sou boa é a inventar. Eu 'tou a olhar para uma pessoa e sempre com a imaginação a 3000 à hora. Depois também sou boa noutras fitas. Gaja que se preze é mestre a fazer carinha de Bambi e a enternecer tudo à sua volta; faço de desgraçadinha, de vítima, de incompreendida ou de inocente e é assim que vou levando a minha vidinha avante...

 

 

 

 

Eu podia fazer um post inteirinho só com as  fitas que faço diariamente. Mas vai ficar para outro dia. Talvez amanhã. Ou depois. Hoje vamos mesmo às fitas cinematográficas, uma das minhas grandes paixões. E como ontem foi domingo, fui ao cinema. Porque o domingo costuma ser um dia chato, cheio de gente por todo o lado. E que bom escolher um filmezinho que ninguém vai ver e estar descansadinha com mais meia dúzia de pseudo-intelectuais (sim, porque eu também tenho a mania que sei e tal... mea culpa, mea culpa...) a engolir em seco e a pensar em quão pequeninos somos e quão mesquinha é a nossa vida!

 

 

Há já duas semanas que é esta a sensação que tenho. Primeiro, por causa deste:

 

 

 

 

 

Claro que é já um grande passo dizer que o filme é do senhor Brian de Palma, que ganhou o prémio em Cannes para melhor realizador. O filme é avassalador a todos os níveis. A primeira frase dita por um soldado americano no Iraque é apenas, "e no fim, apenas se saberá a verdade". E isso dói. Saber que é verdade. Que não passa de mera imaginação de um realizador louco! Saber que se matam pessoas por matar, que nada pesa na consciência de ninguém, que se viola, espanca e aterroriza apenas porque sim.

E depois é tudo muito bem contado. A mesma história. Várias visões e prismas. Desde um soldado americano, a uma jornalista de uma TV local ou de uma francesa aparentemente neutra. E nós sofremos muito. Às tantas estava com uma pipoca na mão que já não consegui meter à boca. Porque ia à espera de crueza mas nem tanto. E a imagem final continua bem forte no meu id profundo. Deve querer dizer alguma coisa.

Se aconselho? Sim. Mas apenas àqueles que estão dispostos a serem incomodados nas suas vidinhas simplificadamente complexas. Àqueles que não se importam de sair de quase duas horas a levar muitos murros no estômago e a lutar contra os seus próprios conflitos interiores.

 

 

Ontem, deu-me para este:

 

 

 

Logo o título é engraçado. Para quem tenciona ir ver o filme, talvez seja melhor não continuar a ler. Digo isto porque, como já tinha lido muito a respeito, já nada me surpreendeu. Ia à espera das coisas e confesso que já com ideias pré-concebidas. Mas não consigo evitar, que querem?

Então, o título refere-se ao período de vida de um feto, já com quase cinco meses, cuja mãe vai fazer um aborto com a ajuda de uma amiga na Roménia de 1987 onde tudo era proibido e a miséria imperava. O filme é maravilhoso. Todo ele. Pelos diálogos. Mas sobretudo pelos silêncios. Pelos olhares cúmplices, pelos aterrorizadores e pelos vazios. E a língua romena ajuda muito a dar ritmo e musicalidade a cada cena.

Se este filme tivesse surgido por alturas da discussão do referendo do aborto, tinha sido uma boa arma de arremesso para ambos os lados.

Os defensores dos direitos da mulher iriam esgrimir a favor da angústia, desespero e dor da jovem mãe. E os defensores da vida agarrar-se-iam à imagem do feto na toalha, já perfeitamente desenvolvido, imagem esta que está bem à vontade uns quinze segundos em cena. E depois o final. As duas vão ao restaurante, comer, horas depois do aborto, como se nada se passasse. A ver sem falta. Não tivesse sido o justíssimo vencedor do prémio de melhor filme no Festival de Cannes.

 

 

 




Taaaania @ 11:36

Ter, 06/11/07

Eu sou uma pessoa a quem é fácil fazer feliz. Pode até não parecer, mas sou mesmo. Sou daquelas gajas que gosta de ser surpreendida, mas não precisa de ser uma grande surpresa. Uma coisa muito simples faz-me feliz. Não dou valor a uma prenda cara, gosto que ela me seja cara! (caros leitores, reparem no brilhantismo do meu trocadilho, não é para todos...)  

Tudo isto para dizer que este fim-de-semana fui ao cinema (como se não fosse todas as semanas, ou quase... mas pronto, é para parecer novidade!!) E durante este filme fui feliz...

E fui ver cinema português, isso é que é estranho... Nada de Corrupção, que parece que se está a habilitar a ser o pior filme do ano. Nem as gajas nuas o ajudam...

Fui ver A outra margem. É o filme mais simples e comovente que vi nos últimos tempos. Nada de estereótipos, nada de falsos moralismos, nada de grandes pretensões. Um filme simples, com pessoas simples e uma história simples.

De um lado, um travesti que acaba de perder o grande amor da sua vida e o sentido que a sua vida fazia até essa altura. Do outro, um miúdo mongolóide (é assim que a mãe o trata, não há cá nada de Trissumia 21 ou Síndrome de Dawn!) cheio de alegria de viver, que vai ajudar o travesti - seu tio - a recuperar o amor e a sua própria identidade. Pelo meio, uma família destruída pelos preconceitos e todo um mundo que se derrubou pelas escolhas das personagens.

A banda sonora ajuda. As interpretações são maravilhosas - sobretudo a de Filipe Duarte, que apanhou todos os tiques possíveis e imaginários de um homossexual / travesti, sem nunca cair no exagero...

Pronto. Estavam seis ou sete pessoas na sala. Só posso dizer que no final me apetecia ter lá ficado mais duas horas e ver tudo de novo. E depois, claro, sair cá fora e avisar o povinho que estão a perder uma grande fita e a trocá-la por histórias ocas demasiado enfeitadas...

 

 




Taaaania @ 10:41

Qui, 27/09/07

American Gangster promete ser um daqueles filmes que prendem o espectador à cadeira. Tem como protagonistas o senhor Denzel Washington e o não menos senhor Russel Crowe e o realizador é o não menos famoso Ridley Scott, que deve ter um fascínio qualquer com o Russel, porque não há filme que ele produza em que o mal-humorado não entre!
A história é baseada em factos reais (são sempre os meus filmes preferidos, estes que têm um fundinho de verdade e que nos levam a reflexões talvez um pouquinho mais profundas) e conta a ascensão do império do senhor da droga - o primeiro preto dos EUA que, nos anos 70, utilizou os soldados regressados do Vietname para introduzir a droga no país, de seu nome Frank Lucas  e interpretado por Denzel (não fosse ele preto! que piada mais fatelinha...) - e o detective Russel que quer desmantelar esse mesmo império... é que o gajo ficou mesmo rico... não sabia que a venda de droga enriquecia as pessoas... mas parece que é verdade...
Não sei o que digo mas parece-me promissor!
Por isso, vamos esperar pela estreia para ver se realmente vale a pena!
Até lá, animem-se e vão ver O gang do Pi ou Declaro-vos Marido e marido... Que querem que vos diga?!?!
  

 




Taaaania @ 11:06

Dom, 26/08/07

Já faz uma semana que vi esta pérola do cinema moderno e um dos filmes mais entusiasmantes de sempre. No entanto, só hoje tive verdadeiramente tempo para escrever um post à altura do acontecimento. Não vai ser nada longo nem enfadonho, apenas queria tentar não me esquecer de comentar aqueles pequenos pormenores que fazem verdadeiramente a diferença. A começar pela banda sonora. Por isso, ponham o vídeo a rodar enquanto lêem o resto:

 

 

 

Como eu estava a dizer... Esta maravilha que podem ouvir (tendo em conta que se trata de uma banda sonora de um filme que pretende atravessar os anos 70, 80, 90 e a actualidade!!) é realmente qualquer coisa de extraordinário e é apenas um dos bons exemplos que o filme contém. Todo ele é polvilhado por grandes momentos artísticos, com uma banda sonora sempre adaptada à realidade do filme.

Depois foi toda a envolvência. Então não é que a maioria das pessoas no cinema só se queixava da falta de qualidade da imagem, dos saltos na fita ou até do momento em que o filme fica mesmo a preto e branco? Só para avisar os mais desprevenidos que a intenção era mesmo essa: parodiar os filmes antigos, que marcaram a adolescência de Quarantino, e que ele pretendia agora recuperar em jeito de "homenagem"!

O mais marcante, para mim, ainda foram, sem dúvida, os diálogos entre as personagens. Sempre longos, nunca enfadonhos. Já que a maioria das personagens é mulher, o filme é todo ele pintado de 'conversas de gaja', que parece que não querem levar a lado nenhum mas que todos têm curiosidade em perceber. M-A-R-A-V-I-L-H-A!

Aliás, o próximo tributo vai para as prestações femininas, todas elas muito bem conseguidas. Desde a atrevida, até à ingénua, da inteligente à poderosa, encontra-se de tudo e esse tudo é sempre muito bem feito. E depois o regresso de Kurt Russel, que volta em grande como um serial killer que mata meninas com o seu carro à prova de morte.

Não houve um único momento no filme em que eu pensasse "mas o que é que eu estou aqui a fazer?" Ri-me à gargalhada todo o tempo ao imaginar o gozo que Quarantino deve ter sentido durante todo este processo, que se nota que foi fruto de uma paixão pessoal.

E pronto. Como prometi que não me ia alongar muito não o vou fazer. Espero que todos o possam ver, mas não com os olhos de quem vai ver aquelas historinhas perfeitas e perfeitamente previsíveis. Tudo neste filme é puro entretenimento e pensado ao milímetro. Por isso, mantenham a mente aberta quando o virem. Provavelmente não é para todos, mas vale de facto a pena para aqueles que não têm preconceitos de ver coisas diferentes.

A propósito, viram o episódio deste sábado de CSI Las Vegas?! Foi todo escrito e realizado pelo mestre Quarantino. Eu, que não sou fã deste tipo de séries, não me consegui afastar do ecrã. E foi sem dúvida o melhor episódio que já vi - gostei especialmente do sadismo dos homens que fazem a autópsia e a cara do Nick (acho que é este o seu nome!) ao ver que o estavam a desmembrar mas impávido e sereno, como quem come uma laranja depois do almoço.

E desta é que é mesmo o final.

Poderia ainda falar do Benfica, do salvador Camacho e do ar de gozo que o Fernando Santos deve sentir neste momento... Mas não vale a pena... Fica pra a próxima!

 


música: Chick Habit

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