É muito in dizer que se adora Lobo Antunes. Eu aqui me confesso que não percebo nadinha do que o velho diz, que nunca consigo passar da primeira página porque morro de tédio e tenho de reler o que ele escreve umas trezentas vezes e mesmo assim muitas vezes fico sem perceber o sentido. (excepção feita às suas crónicas que são deliciosas)
Tem sido tanto trabalho, tantas preocupações, tanta coisa para pôr em prática, tantas dores físicas, tanta unhaca partida, tantos dedos pisados, tanto esgotamento, que parece quase impensável que para a semana entro de férias e daqui a um mês estou a entrar por uma igreja dentro para dizer o sim definitivo a um gajo que às vezes me tira do sério. Eu devia estar doida quando me decidi casar. E também devia estar doida quando há dois meses atrás dizia que ainda faltava muito tempo e tinha tempo para tudo e que não estava nada stressada. E ainda nem sequer pus um pezinho na praia. Ninguém merece ser noiva nestas condições.
Eu às vezes bem que lhe podia dizer que gosto muito dele. Mas depois não tinha tanta graça.
Ele liga-me quase todos os dias. Quase sempre à mesma hora. E quando não liga eu confesso que tenho saudades. Mesmo quando ele não diz nada de jeito. Que é quase sempre.
Se houvesse um curso de sensualidade, aquelas coisas maravilhosas que algumas gajas com pinta que eu não tenho fazem, eu tirava um, a sério. Sou bruta como ninguém.
Nunca devemos tomar nada como garantido. Viver de certezas é o maior dos enganos. Mais vale nada esperar, mais vale pensar sempre que nem tudo é perfeito para depois, quem sabe, deixarmo-nos surpreender pela vida.
Há pessoas que se abrem desmesuradamente nos blogues. Que lá colocam a vidinha toda e os pensamentos e as intimidades e tuditudo. E eu adoro. Vá, eu confesso.
Mas mesmo que por vezes possa parecer o contrário, como alguém me dizia no msn há uns tempos, sem me conhecer, eu não falo sobre mim, eu falo sobre a minha vida. Porque no meu mundo secreto ainda continua a entrar apenas e só quem eu quero.
Já não tenho paciência para ler blogues com posts muito grandes. E tenho ainda menos paciência para escrever posts com mais de 3 linhas.
Quando tenho uma conversa séria com alguém, daquelas que começam sempre em tom solene e que normalmente não têm um final agradável, nunca me consigo conter. Quando são planeadas, digo sempre a mim mesma vê lá se te seguras e não deitas pela boca fora realmente tudo em que estás a pensar. Por norma, é sempre tarde demais. No fim dessas conversas o habitual é eu pensar se calhar não deveria ter ido tão longe.
É o que dá pensar que posso sempre dizer e fazer o que quero porque os outros têm a obrigação de me aceitar como eu sou. Ai feitiozinho!
Neste momento dava-me jeito uma colocação, já que eu preciso tanto de dinheiro.
Ou então pronto, venha só o dinheiro, caraças.
(novidades um destes dias)
Não sei por que razão as pessoas continuam a tentar contactar-me por telemóvel quando sabem perfeitamente que eu não o uso e até me esqueço que o tenho. Depois queixam-se que eu nunca as atendo...Pfffff
Deveria haver dias que se pudessem repetir. Do género, ter um daqueles dias perfeitos, repletos de felicidade, e poder escolher acordar no dia seguinte e repeti-lo. Nem que fosse só mais uma vez.
E depois podia haver também a possibilidade inversa: saltar dias no calendário que nos fazem sofrer só por existirem. E banir os que nos correram mal. E corrigir aqueles que ainda tinham margem de progressão para não serem tão maus. E voltar atrás. E colar dias do passado no nosso calendário futuro. Para podermos reviver alguns que nos poderiam voltar a fazer felizes como naquele preciso momento daquele dia inesquecível.